Enquanto não regressamos à sala escura, que estará para breve, aconselhamos mais dois filmes da plataforma da RTP PLAY.
O primeiro é uma comédia francesa de Christophe Honoré, Quarto 212 (2019).
O casamento de Richard e Maria durou 20 anos. Tudo termina abruptamente quando ela sai de casa, depois de confessar várias relações extraconjugais ao longo dos anos. De modo a não se afastar demasiado, passa a noite no quarto número 212 do hotel situado do outro lado da rua onde sempre morou com o marido. Da janela, Maria vai observando o comportamento de Richard e, com o devido distanciamento, consegue ver o que durante tantos anos lhe escapou. É então que, numa espécie de noite mágica, é visitada por alguns amantes do passado e por uma versão mais jovem do próprio Richard. (Público)
O segundo filme é de Jean Renoir, segundo filho do pintor impressionista Pierre-Auguste Renoir. Chama-se Helena e os Homens (1956) e tem como actores principais Ingrid Berman e Jean Marais, Jean Richard e Mel Ferrer.
Um puro “divertimento”, em que Renoir, segundo as suas próprias palavras, se divertiu “como um rei”, sem preocupações de lógica e deixando-se arrastar pelo improviso, estilo perfeito para esta comédia ligeira, tão séria como o prazer, sobre a viúva de um príncipe polaco que se julga destinada a servir de musa a homens célebres. Um deles será um general, arrastado para uma aventura política na França da “Belle Époque”. Já houve quem dissesse que era o mais mozartiano filme de sempre. Foi o primeiro filme de Ingrid Bergman em momento de rutura com Rossellini. “O filme é sobre outra coisa – sobre o erotismo raro de Ingrid Bergman, e o modo como o seu rosto parece ter uma luz interior em cinema. Terá havido atriz mais sensual no cinema? Numa crítica ao filme, François Truffaut observou que ‘o sexo é o único foco de atenção’” (Roger Ebert).
Texto: Cinemateca Portuguesa
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