Quarta, 4
Annie Ernaux - Os anos Super 8 de David Ernaux-Briot e Annie Ernaux
(FR, 2022, 60')
Laureada com o Nobel de Literatura de 2022, a francesa Annie Ernaux (n. 1940) tem uma vasta obra literária e ficou conhecida pelos seus romances de cariz autobiográfico, entre eles “Les Armoires Vides” (1972), “Um Lugar ao Sol” (1984), “Os Anos” (2008) ou “L'Autre Fille” (2011). Este filme, realizado por ela e co-realizado por David Ernaux-Briot, seu filho, é uma compilação de diversas gravações caseiras feitas pelo seu ex-marido, Philippe depois de terem comprado uma câmara Super 8. Esses pequenos filmes são um retrato de um tempo e um lugar que mostram não apenas momentos de intimidade entre os vários elementos da família, mas também o funcionamento da sociedade francesa daquela época. “Ao rever os nossos filmes em Super 8, filmados entre 1972 e 1981, percebi que não eram apenas um arquivo familiar, mas um testemunho do passado, estilo de vida e aspirações de uma classe social na década depois de 1968”, diz-nos Annie Ernaux. “Queria incorporar essas imagens silenciosas numa história que juntasse o íntimo ao social e à história, para transmitir o sabor e a cor daqueles anos.” PÚBLICO
Quarta, 11 (Edifício Chiado)
Por Detrás da Moeda de Luís Moya
(PT, 2022, 93')
Estreia em realização de longa-metragem de Luís Moya, um documentário que se debruça sobre alguns músicos de rua da cidade do Porto. Uma das vozes desta história é Nuno Norte, vencedor do concurso televisivo Ídolos em 2004, que nos fala sobre a sua experiência como sem-abrigo e como tantas vezes sobreviveu exclusivamente do dinheiro angariado como cantor de rua. O filme acompanha ainda as vidas de muitos outros artistas que, com as suas músicas e dedicação à arte, alegram os quatro cantos da Invicta. Entre eles estão Alexandre Amorim, Carlos Maciel, Philipe Santos, Alline, André Rasta, Nelo Punk, Zé Punk e “Stones” Romeno. PÚBLICO
Quarta, 18
Os Irmãos de Leila de Saeed Roustaee
(Irão, 2022, 165')
A iraniana Leila (Taraneh Alidoosti) dedicou a sua vida a cuidar do pai e dos quatro irmãos, agora adultos. Um dia, tem a ideia de abrir um negócio familiar onde todos possam trabalhar, deixando de estar dependentes das injustiças dos patrões. Mas, para o conseguir, precisa da ajuda monetária do patriarca, que se recusa a gastar seja o que for. Em competição no Festival de Cinema de Cannes, um drama familiar com assinatura do iraniano Saeed Roustayi, também responsável por “A Lei de Teerão” (2019). PÚBLICO
Quarta, 25
No Táxi de Jack de Susana Nobre
(PT, 2021, 70')
O que Susana Nobre fez neste filme foi escutar “Jack” – isto é, Joaquim Veríssimo Calçada, de 63 anos, que emigrou da vila de Alhandra para Nova Iorque, onde foi taxista. A realizadora conheceu-o quando trabalhou, entre 2007 e 2011, no programa Novas Oportunidades. Dispensado das Oficinas Gerais de Manutenção Aeronáutica (OGMA), o ex-taxista estava a poucos meses da reforma. A história de Joaquim foi uma das que ficaram na cabeça de Susana – uma das muitas que quis desenvolver a partir do manancial que ouviu e que explorou, primeiro, em forma documental, em “Vida Activa” (2013) e depois, já com um esboço de ficção, na curta “Provas, Exorcismos” (2015). Estreado no Festival de Cinema de Berlim em 2021, “No Táxi do Jack” percorreu mais de 25 festivais nacionais e internacionais e arrecadou quatro prémios, entre eles a Melhor Longa-Metragem Portuguesa no IndieLisboa 2021 e o Prémio de Imprensa CISION no Caminhos do Cinema Português. PÚBLICO
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