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PROGRAMAÇÃO JULHO 2023

Quarta, 5

Viver Mal de João Canijo

(POR, FRA, 2023, 127')

Se em “Mal Viver” os protagonistas eram os donos do hotel, neste “Viver Mal”, a história revolve em torno dos clientes que ali se encontram. A acção desenrola-se durante um fim-de-semana, quando chegam ao hotel três núcleos familiares, cada um com uma série de problemas por resolver. Jaime, fotógrafo, regressa ao lugar onde passou férias com os pais para tentar salvar o relacionamento com Camila; Judite, uma mãe controladora, quer passar algum tempo com Júlia, a filha, que traz consigo a namorada; e Alex chega ali com Graça, com quem acabou de se casar, e com Elisa, a sogra, com quem mantém um caso amoroso.

Exibido na secção Encounters do Festival de Cinema de Berlim, um drama sobre relações tóxicas realizado por João Canijo que faz parte de um díptico que se complementa com “Mal Viver”. Com produção de Pedro Borges e com Leonor Teles (realizadora de “Balada de um Batráquio”, curta premiada em Berlim, em 2016) na direcção de fotografia, conta com as actuações de Nuno Lopes, Filipa Areosa, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos, Carolina Amaral, Rafael Morais, Lia Carvalho e Leonor Silveira. ​As filmagens aconteceram em 2021, durante a pandemia, no Hotel Parque do Rio, em Ofir (Esposende, distrito de Braga). As duas histórias vão ser encaixadas numa série de televisão de quatro episódios que será “uma espécie de união dos dois filmes, mas com coisas novas que foram filmadas de propósito para a série”, diz o realizador sobre o projecto.  PÚBLICO


Quarta, 12

Patti Smith, Poeta do Rock de Sophie Peyrard e Anne Cutaia

(FRA, 2022, 54´)

Abandonando New Jersey, onde deixou um bebé nascido no anonimato e uma vida que a sufocava, Patti Smith chega a Nova Iorque, a capital da reinvenção, no final da cultura hippie.

Com 20 anos, sem dinheiro, cabelo desgrenhado, acompanhada pelas "Iluminações" de Rimbaud e com uma câmara Polaroid na mochila, precisa de liberdade. Custe o que custar, vai mudar tudo: os clichés do rock, a poesia, o elitismo cultural e os códigos de género.

A partir de arquivos e concertos, o documentário de Anne Cutaïa e Sophie Peyrard descreve o percurso de uma poetisa insaciável, autora sensível, fotógrafa e música que se tornou uma das maiores artistas do nosso tempo.


Quarta, 19

Toda a Beleza e a Carnificina de Laura Poitras

(EUA, 2022, 122')

A realizadora Laura Poitras segue Nan Goldin desde 2019, quando a artista decidiu expor a multimilionária família Sackler, fundadores de empresas farmacêuticas como a Purdue Pharma e, como tal, responsável pela crise de opióides que viciou e matou milhares de consumidores. Inspirando-se no activismo guerrilheiro de grupos como o Act Up, o grupo P.A.I.N. que Nan fundou, vem tentando sabotar a actividade filantrópica dos Sackler junto de instituições como o MoMA ou o Guggenheim. Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza e nomeado para o Óscar de melhor documentário, “Toda a Beleza e a Carnificina” começa numa dessas acções – os métodos do Act Up, o corpo como manifesto – mas vai encontrar o seu coração em outros espaços: na arte, nas suas confissões, algumas delas, Nan assegura, nunca a artista as tinha contado (por exemplo, o seu período de prostituição), o suicídio da irmã Barbara depois de ter sido “despachada” pelos pais para instituições de saúde mental, o que fez Nan silenciar-se durante anos até só começar a falar quando tirou as suas primeiras fotografias, e ainda os seus modelos, David, Cookie, a Nova Iorque dos anos 80, com o Tin Pan Alley, ou bar de lésbicas onde conheceria um cowboy, Brian, que lhe daria uma sova que por pouco não lhe arrancou um olho da órbita. Vasco Câmara, PÚBLICO


Quarta, 26

Asteroid City de Wes Anderson

(EUA, 2023, 104')

O ano é 1955. Numa cidade do deserto americano (Chinchón, na zona de Madrid, foi o local da rodagem), vários jovens estudantes e os seus pais juntam-se para uma convenção anual de observação astronómica. A convenção, uma peça sobre a convenção e os bastidores da escrita da peça são os ingredientes das três partes deste filme, o 11.º de Wes Anderson, que se estreou na edição de 2023 do Festival de Cannes e é descrito como uma comédia dramática e romântica de ficção científica. No elenco, carregado de estrelas (das que existem na terra e não no céu), encontram-se nomes como Jason Schwartzman, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Tilda Swinton, Jeffrey Wright, Hope Davis, Edward Norton, Steve Carell, Maya Hawke, Willem Dafoe, Margot Robbie, Tony Revolori, Bryan Cranston ou Jeff Goldblum. PÚBLICO

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