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PROGRAMAÇÃO MARÇO 2023

Quarta, 1

Regresso ao Pó de Li Ruijun

(China, 2022, 131')

Ma e Cao (Wu Renlin e Hai-Qing, respectivamente) vivem numa pequena aldeia chinesa. Sendo ambos pobres e solteiros, as duas famílias combinam o seu casamento. Esta é uma união de conveniência, uma vez que ele é o último da família por casar e ela é deficiente, infértil e, por isso, considerada pouco desejável. Este arranjo poderia tornar as suas vidas ainda mais difíceis. Contudo, compreendendo o lugar um do outro e a rejeição a que sempre foram sujeitos, Ma e Cao aproveitam a oportunidade para mudar o seu destino. E entre eles surge um amor terno e sereno, que lhe vai proporcionar uma felicidade inesperada.

Em competição no Festival de Cinema de Berlim e em antestreia nacional no Lisbon & Sintra Film Festival – onde recebeu o Prémio do Júri João Bénard da Costa –, uma história sobre as dificuldades da vida rural na China, mas também sobre o enorme contentamento encontrado nas coisas simples da vida. A realização é da responsabilidade do chinês Li Ruijun. PÚBLICO


Quarta, 8

TÁR de Todd Field

(EUA, 2022, 158')

A maestrina e compositora norte-americana Lydia Tár tem somado sucessos ao longo dos anos, culminando agora com a liderança da celebrada Orquestra Filarmónica de Berlim. Também está prestes a lançar um livro e prepara-se para gravar ao vivo a Sinfonia n.º 5 de Gustav Mahler (1860-1911). A sua vida parece perfeita. Até se ver envolvida numa polémica que faz com que tudo se desmorone como um simples castelo de cartas.

Estrado no Festival de Cinema de Veneza – onde Cate Blanchett recebeu o prémio Volpi Cup para melhor actriz –, este drama sobre o poder e a volatilidade da fama tem realização e argumento de Todd Field ("In the Bedroom - Vidas Privadas" ou “Pecados Íntimos”). Nina Hoss, Noémie Merlant, Sophie Kauer, Julian Glover, Allan Corduner e Mark Strong assumem as personagens secundárias. PÚBLICO



Quarta, 15

A Arte de Morrer Longe de Júlio Alves

(PT, 2020, 90') - O Realizador estará presente na Sessão

Conscientes de que a sua relação já não tem pernas para andar, Arnaldo e Bárbara (Pedro Lacerda e Ana Moreira) decidem que chegou a altura de avançar com o divórcio. As coisas seriam relativamente simples, não fosse o caso de terem uma pequena tartaruga que, sem que disso tivessem consciência, parece ter-se transformado no último elo de ligação entre os dois. Durante os diversos esforços de encontrar uma solução para o pequeno réptil, a verdade é que a separação definitiva vai sendo adiada. Até ambos perceberem que talvez não haja necessidade de se livrarem dela. Nem um do outro.

Inspirado na novela homónima do romancista, dramaturgo e argumentista Mário de Carvalho, “A Arte de Morrer Longe” é um drama sobre a complexidade das relações humanas, que marca a estreia em longa-metragem de Júlio Alves, depois das curtas “Casa Manuel Vieira” (2013), “Haunted House” (2018) e “Diálogo de Sombras” (2021). PÚBLICO



Quarta, 22

ENNIO de Giuseppe Tornatore

(ITA, JAP, BEL, HOL, 2021, 156')

Nenhum outro compositor de música para cinema terá obtido o reconhecimento global de Ennio Morricone, “Il Maestro” (como fazia questão de ser tratado). Algumas das suas criações mais reconhecíveis fazem hoje parte indelével da cultura popular – desde o “uivo” do genérico de “O Bom, o Mau e o Vilão” (1966), citado em dezenas de homenagens e paródias, ao diálogo entre flautas de pã e coros tribais de “A Missão” (1986). Os Metallica sobem a palco ao som de The ecstasy of gold, da “tal” banda sonora de “O Bom, o Mau e o Vilão”, e Mike Patton, dos Faith No More, organizou em tempos uma compilação com as suas peças mais vanguardistas, Crime and Dissonance (2005). E o mais pop dos cineastas contemporâneos, Quentin Tarantino, apontou-o como “o seu compositor preferido”, ao nível de Mozart, Beethoven ou Schubert – ao ponto de, desde “Kill Bill” (2003), ter usado repetidamente excertos da sua música, até que finalmente conseguiu o OK do Maestro para uma partitura original. Com uma uma primeira estatueta da Academia de Hollywood, em 2007, pelo conjunto da sua carreira, foi com o filme “Os Oito Odiados” de Tarantino que se tornou, aos 87 anos, o mais idoso vencedor de um Óscar até então.

Este documentário, exibido no 78º Festival de Veneza e realizado por Giuseppe Tornatore ("Cinema Paraíso", “A Lenda de 1900”, “Malèna”, "A Melhor Oferta”, “A Correspondência”), mostra-nos Ennio Morricone através entrevistas ao próprio e a uma série de realizadores e músicos reconhecidos, entre eles Bernardo Bertolucci, Marco Bellocchio, Dario Argento, Quentin Tarantino, Wong Kar Wai (um dos produtores e distribuidor do filme), Bruce Springsteen, John Williams, Hans Zimmer, Lina Wertmüller, Joan Baez e a portuguesa Dulce Pontes. Sérgio C. Andrade e Jorge Mourinha (PÚBLICO)



Quarta, 29

Lobo e Cão de Cláudia Varejão

(PT, 2022, 111')

Ana nasceu na pequena vila de Rabo de Peixe, em São Miguel (Açores), um lugar dominado pelas tradições e também por um certo obscurantismo religioso. Sentindo-se presa, o seu grande sonho é ir para um lugar onde possa ser quem quiser. Uma produção da Terratreme com a francesa La Belle Affaire, este filme tem assinatura de Cláudia Varejão ("No Escuro do Cinema Descalço os Sapatos", "Ama-San", “Amor Fati”). Nas palavras da realizadora, “Lobo e Cão” fala sobre “o que é ser jovem num território cercado pelo mar e, nestes contextos em particular, de bastantes dificuldades económicas e sociais”, onde a ambição de “atingir outros lugares, outros conhecimentos, para concretizar o sonho, está mais comprometida”. Rodado com elenco totalmente amador na vila de Rabo de Peixe, este drama conquistou o prémio principal da secção “Giornate degli Autori”, no Festival de Cinema de Veneza. PÚBLICO

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