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PROGRAMAÇÃO PARA DEZEMBRO

Atualizado: 2 de fev. de 2022

Quinta, 2

O MAR ENROLA NA AREIA de Catarina Mourão (PT, 2019, 15')

ANA E MAURÍZIO de Catarina Mourão (PT, 2020, 64')

"Catitinha" era um personagem que vagueava as praias portuguesas durante o Estado Novo, vivendo da caridade das pessoas. De barbas brancas e fato preto atraía crianças com o seu assobio ao pescoço e contava-lhes histórias.

A partir de 4 segundos de película do "Catitinha" que encontrei num filme de família quero construir um retrato ficcional deste personagem misterioso e através dele explorar o papel da praia na descoberta do amor, do afecto e da sexualidade no contexto de Portugal dos anos de 1950.

[Catarina Mourão]

"Há várias décadas atrás, durante o verão, um misterioso homem percorria diversas praias portuguesas, sempre acompanhado por um assobio que atraía instantaneamente todas as crianças ao redor. Catarina Mourão não conheceu pessoalmente essa misteriosa figura, o Catitinha, apenas por relatos da memória de familiares e outras pessoas que entretanto entrevistou. Após um longo processo de investigação, a realizadora encontrou apenas 4 segundos de filme com essa misteriosa figura. “O Mar Enrola Na Areia” é, portanto, um trabalho para-ficcional feito a partir de imagens de arquivo (desde imagens profissionais de filmes turísticos e jornais de atualidades, a filmes amadores ou de família) que, através de um dispositivo narrativo meta-cinematográfico e inspirado no cinema mudo (intertítulos, sem diálogos), vai ensaiando possíveis histórias para o Catitinha. Depois de “A Toca do Lobo” (2015), Catarina Mourão volta a explorar o cinema como forma de materialização da memória (não a memória histórica, mas antes a memória afetiva) em toda a sua subjetividade pessoal e sensorial. (cinept.ubi.pt)

A pintora Ana Marchand sempre se sentiu um tanto deslocada na sua família. Donde lhe viria o amor pela arte e pela viagem? Em jovem viu um livro de viagens escrito pelo seu tio, Maurizio Piscicelli, e finalmente compreendeu. Catarina Mourão (Pelas Sombras, A Toca do Lobo, O Mar Enrola na Areia) acompanha Ana na sua travessia familiar e espiritual. Quem foi Maurizio? Quem é Ana? O rosto de um, o do outro. A reencarnação são as várias vidas que vivemos. (cinept.ubi.pt)


Quinta, 9 e Quarta, 15

A METAMORFOSE DOS PÁSSAROS de Catarina Vasconcelos

(Portugal, 2021, 101')

Misturando documentário e ficção, este filme parte da história da família de Catarina Vasconcelos, a realizadora, com especial foco na avó paterna, que nunca chegou a conhecer, e na própria mãe. Nas palavras da realizadora, este é um filme “sobre a mãe do meu pai. A minha mãe. As mães. As mães das mães. As mães das mães das mães. Mas também acerca de um determinado período histórico que eu não tinha vivido: um período tão distinto daquele que vivemos hoje e que temos o dever de não esquecer. É um grande privilégio viver em liberdade”.

Estreado no Festival de Berlim, onde recebeu o Prémio da Crítica Internacional, “A Metamorfose dos Pássaros” tem somado distinções em vários festivais, entre eles o Prémio de Melhor Filme no Festival de Vílnius (Lituânia); Prémio Especial do Júri no Festival de Taipei (Taiwan); Prémio de Melhor Filme no Festival Dokufest (Kosovo); Prémio Zabaltegi – Tabakalera, no Festival de Cinema de San Sebastián (Espanha); Prémio do Público no IndieLisboa; e os prémios do público e de contribuição artística no Festival de Cinema de Curitiba (Brasil). Esta é a estreia em longa-metragem de Vasconcelos, depois da curta “Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso” (2014). PÚBLICO


Segunda, 13

CICLO EDGAR PÊRA

O HOMEM PYKANTE de Edgar Pêra (PT, 2020, 75')

“Um sorriso é mais barato que a electricidade e dá mais luz à mocidade"

O Homem-Pykante – Diálogos com Pimenta não é um documentário de homenagem, é um filme poético de celebração da obra de Alberto Pimenta, fruto de uma amizade e cumplicidade mantidas ao longo dos últimos 24 anos. Pimenta é um artista, “que se considera um “tolerado”, no mesmíssimo sentido do termo administrativo com que eram designadas as prostitutas em Portugal até cerca de meados do século XX”, como um dia escreveu. Alberto Pimenta, que divide os poetas em “tolerados“ e “tolerantes”, é autor de uma vasta obra poética e performática insubmissa e desafiante. O ponto de partida deste filme são os arquivos, filmados por Edgar Pêra entre 1994 e 2018, de performances, conversas e leituras de Alberto Pimenta, material cinético que foi depois objecto de pré-selecção pelo poeta Manuel Rodrigues e posteriormente montado por Pêra. O Homem-Pykante – Diálogos com Pimenta é um dos (muitos) resultados possíveis. Esta versão- balão-de-ensaio, concebida especialmente para o IndieLisboa, é única e irrepetível.


Quinta, 16

PARAÍSO de Sérgio Tréfaut (BRA/FRA/POR, 2021, Cores, 84')

Sérgio Tréfaut nasceu e cresceu no Brasil e veio para Portugal adolescente. Voltou ao seu país natal mais de 40 anos depois, para rodar este documentário em que foca um grupo de cantores de idade avançada que actuam todos os dias à tarde nos jardins do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, outrora a residência dos presidentes do Brasil, antes de haver Brasília. As filmagens acabaram pouco antes do início da pandemia de covid-19 e, diz o “trailer”, “este filme é uma homenagem a uma geração vítima do genocídio do Estado que decorre no Brasil desde o início de 2020”. PÚBLICO


Segunda, 20

CICLO EDGAR PÊRA

PUNK IS NOT DADDY de Edgar Pêra (POR, 2010, 100')

PUNK IS NOT DADDY é uma viagem pelos anos oitenta, testemunhada por um cineasta neófito. São cine-diários inéditos de Edgar Pêra: as Ruínas do Chiado, o quotidiano em Lisboa e Madrid, os Estados Gerais do Cinema Português, e sobretudo intervenções de bandas pop - a principal referência cultural dessa época. "Punk is Not Daddy" testemunha o crescimento e ocaso dos Heróis do Mar, os bastidores dos GNR num concerto da APU, os concertos abrasadores dos Xutos & Pontapés, a sonoridade céltica dos Sétima Legião, a pop despudorada dos Delfins, a militância dos Clandestinos, a rodagem dos videoclips dos Rádios Macau. E até a polémica da Final do Concurso de Música Moderna do Rock Rendez Vous, os ensaios dos Censurados no apocalíptico quarto de João Ribas ou o derradeiro (anti)concerto do RRV com os Zao Ten de Farinha Master. "Punk is Not Daddy" retrata, na primeira pessoa, a primeira década descomprometida com o fascismo, já com a revolução em eco. Finalmente, arte em liberdade. (Cineclube do Porto)


Quarta, 22

O MOVIMENTO DAS COISAS de Manuela Serra (POR, 1985, Cores, 85')

"O Movimento das Coisas" é um dos filmes mais curiosos que nas décadas de setenta e oitenta abordaram o universo rural do norte português. Começado a desenvolver no interior da Cooperativa VirVer, em cujos projetos Manuela Serra trabalhou durante vários anos, só seria concluído algum tempo depois. Contudo, tudo aquilo que terá sido a razão de ser da maior parte dos outros filmes documentais, sobretudo etnográficos, parece ter sido aqui depurado, senão eliminado, gerando outros sentidos.

Texto: Cinemateca Portuguesa

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