Programação para Maio, às 20h30
Quarta-feira, 12
Passamos por Cá de Ken Loach (GB/FRA/BEL, 2019, 101')
Após a grave crise financeira de 2008, que pôs em causa a estabilidade de milhões de cidadãos em todo o mundo, o inglês Ricky Turner, pai de família, esforça-se para ter sempre um prato de comida na mesa. Com cada vez mais dificuldade em pagar as despesas, toma uma decisão arriscada: comprar uma carrinha e trabalhar por conta própria num "franchise" de entregas ao domicílio. Contudo, não imaginava as imensas contingências que um trabalho desses implicaria. Sem ordenado fixo a cada final de mês, Ricky vê-se a trabalhar quase continuamente. Com o passar dos meses, a falta de dinheiro, associada ao excesso de trabalho e às preocupações com o negócio, quase o levam ao desespero.
Em competição pela Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, um filme dramático com assinatura do multipremiado realizador britânico Ken Loach. O argumento cabe novamente a Paul Laverty, colaborador de Loach em vários outros filmes, entre eles "A Canção de Carla" (1996), "O Meu Nome é Joe" (1998), "Bread and Roses" (2000), "Sweet Sixteen" (2002), "Ae Fond Kiss..." (2004), "Brisa de Mudança" (2006), "Neste Mundo Livre..." (2007), "O Meu Amigo Eric" (2009), "Route Irish - A Outra Verdade" (2010), "A Parte dos Anjos" (2012) e "O Salão de Jimmy" (2014) e "Eu, Daniel Blake" (2016). PÚBLICO
Quarta-feira, 19
Listen de Ana Rocha de Sousa (GB/POR, 2020, 73')
O drama vivido por uma família portuguesa emigrada no Reino Unido, a quem os serviços sociais retiram a guarda dos três filhos, que consideram em risco de sofrer danos emocionais, desencadeando os protocolos do sistema de adopção forçada. Desesperados, os pais tentam encontrar uma forma de provar que são capazes de cuidar das crianças, antes que seja demasiado tarde.
Primeira longa-metragem da actriz e realizadora Ana Rocha de Sousa, "Listen" é uma co-produção entre a Bando à Parte (de Rodrigo Areias) e a Pinball London. Rodada nos arredores de Londres, conta com elenco encabeçado por Lúcia Moniz, Ruben Garcia e Sophia Myles. Foi distinguido com o prémio Bisato d'Oro de melhor realização – um dos galardões paralelos do Festival de Cinema de Veneza – e venceu também o prémio Sorriso Diverso Venezia "pela sua abordagem às questões sociais". PÚBLICO
Quarta-feira, 26 e Quinta-feira, 27
Nomadland de Chloé Zhao (ALE/EUA, 2020, 107')
Depois de décadas a trabalhar numa empresa de materiais de construção, Fern, de 60 anos, é despedida. Sem nada que a prenda à pequena cidade do Nevada onde sempre viveu com o seu falecido marido, resolve vender todas as suas posses e fazer-se à estrada. Ao longo do caminho, vai-se cruzando com nómadas como ela, que lhe ensinam várias técnicas de sobrevivência e cuja amizade e generosidade vai alterar a sua forma de olhar o mundo.
Com Frances McDormand como protagonista, um filme dramático escrito e realizado pela chinesa Chloé Zhao (“The Rider” e “Songs My Brothers Taught Me”), que tem por base “Nomadland: Surviving America in the Twenty-First Century” (2017), um livro autobiográfico onde Jessica Bruder conta a sua história. McDormand contracena com o actor David Strathair e também com Linda May, Swankie e Bob Wells, três nómadas na vida real que se representam a si mesmos. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza e do Prémio do Público do Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), recebeu também os Globos de Ouro de melhor filme dramático e melhor Realização, fazendo de Chloé Zhao a segunda realizadora a ganhar este prémio (a primeira foi Barbra Streisand, em 1984, por “Yentl”). Foi o grande vencedor do Critics Choice Awards, ao arrecadar quatro prémios: melhor filme, realizador, argumento adaptado e fotografia (Joshua James Richards). Nos Óscares, foi premiado nas categorias de melhor filme, realizador e actriz principal (McDormand). PÚBLICO
Sessão extra para público infantil
Domingo, 16 às 16h - Filminhos à Solta
Programação para Junho (hora a confirmar)
Quarta-feira, 2 e Quinta-feira, 3
O Pai de Florian Zeller (EUA/FRA, 2020, 97')
Sozinho no seu apartamento em Londres, Anthony foi sempre um homem independente. Agora, com 81 anos, mostra uma grande resistência em aceitar a proposta de Anne, a filha, para que tenha alguém em casa para cuidar de si. Para o velho senhor, consentir uma coisa dessas é assumir uma incapacidade que considera não ter. Mas Anne, que em breve se mudará para Paris, precisa de saber que o pai não ficará entregue a si mesmo. Nesse processo, Anthony sente-se de tal modo pressionado que começa a duvidar de si, de Anne e da própria percepção da realidade. Com assinatura do realizador e dramaturgo Florian Zeller, um filme sobre envelhecimento, sanidade e perda de autonomia, que adapta a peça homónima da sua autoria. Na 78.ª edição dos Globos de Ouro, foi nomeado nas categorias melhor actor (Anthony Hopkins), actriz secundária (Olivia Colman), filme dramático e argumento (Florian Zeller e Christopher Hampton); nos BAFTA, teve seis nomeações, acabando por ganhar prémios de melhor actor (Hopkins) e argumento adaptado. Com seis nomeações para Óscares, recebeu o de melhor actor (novamente Hopkins) e argumento adaptado. PÚBLICO
Quarta-feira, 9
Mais uma Rodada de Thomas Vinterberg (SUE/DIN/HOL, 2020, 117')
Segundo a teoria de um filósofo sueco, nascemos com um défice de álcool no sangue de 0,5 por cento, o que nos faz carregar uma certa melancolia. Para resolver o “problema”, sugere que se consuma diariamente a dose de álcool em falta e assim encontrar o equilíbrio. Quatro professores de um liceu decidem testar a teoria e começam a beber todos os dias. O resultado é positivo. Eles sentem-se bastante mais felizes, desinibidos e corajosos, o que os ajuda tanto nas suas relações pessoais como profissionais. Mas quando Martin desafia os companheiros a beber mais um pouco de maneira a maximizarem os efeitos, as coisas depressa ficam fora de controlo.
Vencedor do Óscar de melhor filme internacional, uma comédia dramática sobre diversão e vício, realizada por Thomas Vinterberg ("A Festa", "Querida Wendy", "A Caça", “A Comuna”). As personagens estão entregues a Thomas Bo Larsen, Magnus Millang, Lars Ranthe e Mads Mikkelsen, que já tinha trabalhado com Vinterberg no filme “A Caça”. PÚBLICO
Quarta-feira, 16
Esta é a história de Carlos Marighella (1911-1969), ex-deputado comunista, escritor e guerrilheiro, tido como um dos maiores ícones do Brasil pela sua luta pela liberdade. Após o golpe de Estado de 1964, que mergulhou o Brasil numa ditadura militar (que durou até 1985), Marighella liderou um grupo de revolucionários. Mas, em Novembro de 1969, por ser considerado “inimigo número um” do regime, foi assassinado por agentes do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), numa acção coordenada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Só em 1996 é que o Ministério da Justiça brasileiro reconheceu a responsabilidade do Estado pela sua morte. A 7 de Março de 2008, foi decidido que Clara Charf, a sua mulher, teria direito a uma pensão vitalícia do Governo. Em 2012, depois da averiguação da Comissão da Verdade, José Eduardo Cardozo, então ministro da Justiça, oficializou a amnistia “post mortem” de Marighella.
Adaptação do livro “Marighella - O Guerrilheiro Que Incendiou o Mundo”, do jornalista Mário Magalhães, conta com realização do actor Wagner Moura (protagonista da série “Pablo Escobar” e dos filmes “Carandiru” ou “Tropa de Elite”), que aqui se estreia na realização e que também assina o argumento com Felipe Braga. A dar corpo a Marighella está o cantor e actor Seu Jorge, que contracena com Ana Paula Bouzas, Bella Camero, Herson Capri, Adriana Esteves e Guilherme Ferraz, entre outros. PÚBLICO
Sessão extra para público infantil
Domingo, 13 de Junho às 16h - Filminhos à Solta
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